Geleia de Menta

Blog/newsletter sobre tecnologia com perspectiva humana

Passos da Google em automação industrial

Última atualização em:

No começo do mês (Fevereiro de 2022), através de seu blog voltado para anúncios sobre pesquisas em IA, foram publicadas duas postagens acerca de automação industrial. Isto indica que o projeto Intrinsic continua vivo apesar do atribulado passado recente nos investimentos da empresa nesta área.

Assim como as outras big techs que também estão fazendo grandes investimentos neste setor, o objetivo é aproveitar o grande domínio que se tem acerca de inteligência artificial para criar máquinas mais maleáveis a fim que substituam humanos em tarefas complexas que exigem maior atenção e adaptação, utilizando recursos como visão computacional e processamento de linguagem natural para ampliar o escopo de atuação. Além de que, numa situação ideal, não seja necessária existência de programadores para que ajustem o funcionamento via código, recebendo assim, intruções direto de outra pessoa sem que seja necessário algum conhecimento técnico sobre robótica ou IA.

Para isso faz total o destaque que o aprendizado por reforço tem tomado nos últimos anos, e é neste sentido que Can Robots Follow Instructions for New Tasks? e Robot See, Robot Do, inteiramente focados na flexibilidade do uso de robôs e em desenvolver o aprendizado a partir da visão computacional, o que neste caso poderia ajudar na migração da mão de obra humana para a robótica ao se utilizar até mesmo de vídeos indicando as instruções.

Embora tudo pareça tão interessante agora, o aprendizado por reforço ainda demanda muito tempo, a aplicabilidade do aprendizado de máquina também esbarra no alto custo computacional que pode se mostrar inviável em hardwares embarcados, como os usados na robótica, e além disso, o que mais impede a adoção da robótica em fábricas de pequeno e médio porte é o custo e não só a limitação das tarefas, o que num cenário envolvendo tanto investimento em pesquisa, o seu retorno certamente envolve em custos muito elevados na aquisição do maquinário. Então imagino que o uso em produção de fato (descartando as campanhas publicitárias recorrentes ligadas ao assunto) ainda demore algumas décadas.